Era uma vez, uma família feliz!
E tinham uma vida normal, um bébé de nove meses, mulher desempregada, e o marido a dar tudo por tudo para sustentar a família. O bébé todos os dias era levado para a creche para que a mãe conseguisse procurar emprego ( ou trabalho, o que fosse). Após semanas de busca lá conseguiu. Como o normal era a mãe levar o bébe´à creche, o pai não sabia o trabalho ( entre aspas) que era de ir levar a criança.
Como o horário da mãe, não permitia que ela levasse a criança à creche, o pai, ficou encarregue de ele próprio a levar.
Mas certo dia, saiu de casa à pressa colocou a criança de nove meses no banco de trás do carro, e foi para o trabalho a correr, pois iria ter uma reunião importante.
3 horas depois de chegar do trabalho e da reunião ter terminado, recebe um telefonema da esposa que lhe pergunta se tinha levado o bébé à creche..............
......................................................................................surgiu-se um silêncio aterrorizador, e o pai nem conseguiu responder, foi a correr ao carro que tinha deixado estacionado ao sol( pois em Aveiro, os estacionamentos são terríveis de encontrar) quando encontrou o seu bébé de nove meses, morto dentro do carro.
Esta foi uma história que me tocou bastante pois o bébé era sobrinho de um amigo meu.
Infelizmente, hoje em dia, os pais são atacados pelo desespero de arranjar trabalho, do horário a cumprir, das tarefas diárias, das compras para a casa, enfim......
Não sei até que ponto poderemos nós, meros seres vivos que tentam desesperadamente, sobreviver às crises a que somos colocados diáriamente, poderemos culpar alguém.
É um fim triste de uma família feliz, que se amava. E agora????
O que vai ser do pai que se vai matar todos os dias , ao lembrar-se do que fez?
E a mãe? Que por ter começado a trabalhar e por isso perdeu um filho de nove meses?
Estou sem vontade de continuar a escrever.... estou profundamente magoada. Eu própria tenho dois filhos lindos, que também os tenho que deixar na escola para ir trabalhar.
Os tempos mudam.Ainda me lembro que , quando pequena, a minha avó me levava para a terra, e lá passava as tardes com ela à vontade, a brincar como queria. E assim como eu, quase todos os meus da minha idade o fazia, porque assim o podiam fazer. A família assim o permitia. Hoje tudo mudou.